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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sopro de Vida

Abri os olhos, não conseguia dormir. A primeira coisa que fiz foi olhar para o relógio ao meu lado, eram três horas e cinco minutos da manhã, chovia intensamente, e minha mãe, Mônica, estava sentada ao lado de minha cama, ela tinha pegado no sono. Mas também, não era pra menos, já estava a mais de quatro dias sem dormir, sempre junto comigo. E isso era muito confortável para mim, sentia muita vontade, de sempre que abrisse os olhos, visse ela me olhando, me protegendo, as vezes, quando a mesma saia para tomar café na cantina, no primeiro andar do hospital, e eu não a via ao meu lado, ficava desolado. Eu não sabia ao certo o que eu tinha, só sabia o nome e que era uma doença rara, Herpes Cerebral. Não tive tempo de pesquisar o que era na internet, pois só senti uma forte dor de cabeça, e no outro dia já estava internado.
Minha mãe e meu pai não comentam muito sobre o assunto comigo, e eu também nem faço muita qustão, só o que me intriga realmente, é entender o porque de estar acontecendo tudo isso comigo, porque Deus estava me castigando assim? Eu não entendia, não achava motivo, razão. A pouco menos de quatro dias, estava jogando futebol com meus amigos, me lembro como se fosse hoje, chegeui em casa, tomei um banho, fui ver TV, jantei e então a dor insuportavel começou, as duas da manhã já estva internado no hospital Cristo Redentor, aqui em Porto Alegre. Os médico levaram três dias para saber o que eu tinha, só ontem que meus pais me contaram que era essa a doença.
Desde que deitei nessa cama a quatro dias atrás, não levantei mais, não falei mais, não sinto mais vontade de nada, todo o meu corpo me parece estranho, mal tenho forças para abrir minha boca e me sinto cansado por qualquer coisa. A cada dia pioro mais, não sei o que vai acontecer daqui para frente, só sei que tenho muito medo, muito medo mesmo. Mas não choro, não tenho forças para isso, só sinto uma profunda tristeza que aperta o meu coração, mas a tristeza não é só por mim, é pelos meus pais, cada vez que eu vejo o rosto de minha mãe, com um ar de preocupação, eu me sinto mal, muito mal. Sinto vontade de abraça-la, beija-la, tenho a sensação que se não for agora, nunca mais poderei fazer.
Será que vou morrer? Eu não sei, só observo, que a cada dia minha mãe parce mais triste, desolada e tenho a impressão fortissima, de que nunca mais verei minha cama, meu quarto, meus amigos, minha família, meus pais, e então tenho saudade, muita saudade, parece que fazem anos que viajei e continuarei viajando, cada vez para mais longe.
A chuva esta caindo, o barulho me conforta, as dores de cabeça cessaram, e um sono muito forte sinto. Só que não quero dormir! Estou lutando neste momento para permanecer acordado, e não sei direito porque. Meu pai esta trabalhando, desde que fui internado, ele duplicou sua jornada de trabalho, estou sentido muita saudade dele, e de minha mãe também, mesmo ela estando do meu lado, sinto que ela não está perto o bastante de mim, quero que ela acorde! Mas não tenho forças para gritar e nem para me mexer, não sei o que está acontecendo, meus braços estão mais moles e dormentes do que de costume, e meus olhos estão fechando involuntariamnete, estou pegando no sono, e assim lembrando de tudo, tudo que vivi até este momento, lembro de meus primos e eu brincando no meu quarto, lembro de minha mãe fazendo a janta, lembro de meu pai chegando do serviço, lembro do meu cão, do meu quarto, da minha casa. Muita saudade estou sentindo agora. Não consigo abrir os olhos, estou tentando mas não consigo, não consigo me mexer, nada, nem os lábios, quero a minha mãe! Quero que ela acorde, que ela me salve, ela esta ao meu lado, mas não esta me vendo, eu estou gritando, implorando, não quero ir agora! Por favor! Me ajuda! Alguém vem aqui!
O barulho da chuva parou, não lembro mais de nada, um silêncio me envolve por completo, não penso mais em nada, não vjo mais nada e também não lembro o que queria ver. Será que acabou? Mas, o que estava acabando mesmo?
Agora só consigo ver uma luz, uma intensa luz branca, e a mesma me atrai. Sinto uma agradavel sensação, um conforto, mas não sei porque. A única coisa que sei, é que tenho duas escolhas, seguir em frente, para a luz, ou voltar. Não sei o que faço. Então vou seguir em frente! É a melhor escolha!

Por: Bruno S.

1 comentários:

bubs_crespo disse...

isso é um texto real mesmo? fiquei muito emocionada! parabéns!